quinta-feira, 7 de abril de 2011

Estarei no Sarau Diplomático hoje; debate sobre jornalismo, novas tecnologias e redes sociais

Vamos lá??

SARAU DIPLOMÁTICO

Bate-papo gastronômico e cultural para comemorar o Dia dos Jornalistas


Numa parceira com Manuel Alves Filho (jornalista, blogueiro gastronômico e chef de cozinha) e Taís Picchi (jornalista e também chef de cozinha) a Regional Campinas do Sindicato dos Jornalistas no Estado de São Paulo irá comemorar de uma forma diferente este ano o 7 de abril, Dia do Jornalista.


Vamos dar inicio ao projeto “Sarau Diplomático”, no espaço do Vitória Cambuí Residence (Rua Major Sólon,535), a partir das 19h30m. O objetivo do evento é criar um espaço de discussão de temáticas jornalísticas e aperfeiçoamento profissional, promovendo encontros entre os jornalistas e estudantes de jornalismo de Campinas e região, a cada dois meses, provocando reflexões sobre os seus rumos profissionais. Nesta primeira edição teremos como convidados o jornalista e professor universitário Wanderley Garcia e o também jornalista e consultor em planejamento digital,Josué Menezes que abordarão a questão do impacto das Novas Tecnologias na profissão.

O diferencial da atividade será o seu formato. Como o Ministro do STF, Gilmar Mendes, nos elevou à categoria de “cozinheiros”, sem qualquer menosprezo a esses profissionais, pelo menos de nossa parte, resolvemos botar a mão na massa e utilizar todos os ingredientes disponíveis para uma bela mistura com as letras e as novas funções da profissão; fazendo uma interação com outras áreas como cultura, arte, economia, ciências sociais, ciências políticas etc. Pretendemos realizar palestras, workshops, mesas-redondas, espetáculos, debates, e muito mais, regados à boa comida que será preparada pelos coleguinhas bons de fogão.

Neste primeiro evento estamos contando com o apoio da ACI – Associação Campineira de Imprensa e a participação de valiosos parceiros: Choperia Giovannetti, Cervejaria Bamberg, Buffet Tá em casa, Contec Treinamentos e Vitória Cambuí Residence.

Os recursos arrecadados com o encontro serão revertidos à Campanha de Solidariedade ao repórter fotográfico Sidnei Pitoco.

Serviço:
Sarau Diplomático – Comemoração do Dia do Jornalista
Dia: 7 de abril, quinta-feira
Local: Vitória Cambuí Residence - Rua Major Sólon 535
Horário: a partir das 19h30m
Custo: R$ 20,00, incluindo o estacionamento, no Hotel.
Informações: (19) 32311638
Convites antecipados: Regional Campinas do SJSP –(R. Dr.Quirino, 1319,9º andar)
ACI – R. Barreto Leme, 1479

domingo, 3 de abril de 2011

Debates em abril

Recebi recentemente dois convites para participar de debates envolvendo jornalismo, tecnologias e redes sociais.

O primeiro encontro acontece dia 7, quinta-feira, em Campinas, na estreia do Sarau Diplomático, evento organizado pela regional Campinas do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo. O bacana é que além de debater com Josué Menezes, do Hub de Cultura Digital da ACI, vou poder saborear a deliciosa comida feita pelo chef e grande colega Manoel Alves Filho, o Manezão. Apesar de o Mané há muito tempo ter se enveredado pela gastronomia (muito antes da comparação do Gilmar Mendes), só tive esta oportunidade uma vez. Foi numa memorável feijoada na casa dos amigos Angélica Muller e Alexandre Matias. Isso na época de Diário do Povo, final dos anos 90. Agora, de lambuja, vamos poder ajudar nosso amigo Pitoco, fotógrafo do Diário também naquela época que após dois AVCs passa por grandes dificuldades financeiras por que não pode mais trabalhar. A renda do encontro será revertida para a campanha que está colaborando com o Pitoco.
O segundo debate será sobre redes sociais na Estação Cultural de Santa Bárbara D'Oeste, dia 28, também uma quinta-feira. Vamos primeiro ver o filme A Rede Social. Depois a Tatiane Carcanholo puxa o debate.
Imagino que vai ser bastante produtivo debater com públicos diferentes do que estou acostumado as transformações sociais possibilitadas pelas novas tecnologias. Será que vou chocar muito?

terça-feira, 22 de março de 2011

Aulas de Jornalismo Multimídia começam em 2 de abril

As aulas do Curso de Especialização (lato sensu) em Jornalismo Multimídia da Unimep começam no dia 2 de abril. A formação da turma está confirmada e neste primeiro semestre os alunos farão quatro disciplinas com pesquisadores da área de jornalismo na internet ou especialistas que atuam no mercado. Ainda há vagas para os interessados e as matrículas estão abertas.
O curso é uma iniciativa da Universidade para preparar jornalistas e outros profissionais para as grandes transformações que ocorrem na área, premitindo uma atualização de conhecimentos e abertura de novas possiblidades de trabalho.
Veja abaixo as disciplinas e os professores que ministrarão aulas neste semestre:

Fundamentos do Jornalismo On-line
Prof. André Deak
Sócio-diretor da FLi, empresa de estratégias de comunicação digital.
Jornalista, produtor multimídia, trabalha há mais de 10 anos com
projetos para internet. Coordena o site Jornalismo Digital.org.
Co-organizador do livro Vozes da Democracia, da ONG Intervozes. Foi
repórter freelancer para as revistas Rolling Stone, Carta Capital,
Caros Amigos, Educação, Fórum e outras, quando produziu reportagens de
quase todos os países da América do Sul e Europa ocidental. Depois foi
para Brasília ser editor executivo multimídia durante o processo de
reformulação da Agência Brasil, até 2007. No ano seguinte, gerente de
comunicação da CPFL Cultura – onde realizou o projeto de
digitalização, indexação e disponibilização online do acervo de 2 mil
horas do programa Café Filosófico. Prêmio Vladimir Herzog 2008,
categoria internet. Ministra cursos e palestras sobre jornalismo
online e interfaces interativas. Mestrando da ECA-USP na área
interfaces sociais da comunicação.

Gestão e Negócios na Web
Prof. Edson Rossi
Diretor de Conteúdo, da Rede Elemidia, operadora de mídia digital
out-of-home do Grupo Abril. Jornalista há 24 anos, foi diretor de
conteúdo do Portal Terra, dez deles no comando de redações da Editora
Abril; foi responsável pelo reposicionamento editorial da revista
Contigo! e pelo lançamento das revistas Fut! (Lance) e Riders Brasil
(Nastari Editores), além de dirigir as revistas Vip e Elle. Professor
de jornalismo há 14 anos, também passou pela revista Placar e pelos
jornais Diário do Grande ABC e DCI, além de ter sido editor de
projetos especiais da revista Caras e redator chefe da Ação Games

Novas Mídias e Legislação
Profª Rose Bars
Possui graduação em Jornalismo e em História, mestrado e doutorado em
Comunicação Social pela Universidade Metodista de São Paulo (2006).
Atualmente é professora na Universidade Metodista de Piracicaba. Atuou
como editora de cadernos, edutora-chefe e editora-reponsável pelo
Jornal de Piracicaba e como consultoura ad doc do Ministério da
Educação. Tem experiência na área de Comunicação, com ênfase em
Organização Editorial de Jornais, atuando principalmente nos seguintes
temas: jornalismo, multimidia, comunicação organizacional, história,
pesquisa, cidadania e gestão de empresas de comunicação.

Reportagem e Narrativa Multimídia
Prof. Wanderley Garcia
Mestre em Ciência da Informação (2007) e graduado em Jornalismo
PUC-Campinas (1995). Tem experiência profissional em diversas áreas do
jornalismo, onde atuou no Diário do Povo, Folha de S. Paulo, Rádio
Educativa de Campinas e Correio da Cidadania, exercendo funções de
repórter, editor e coordenador de jornalismo. Também atuou em
assessoria de imprensa empresarial e política. É professor nas áreas
de jornalismo na internet, impresso e rádio e coordenador do Curso de
Especialização em Jornalismo Multimídia da Unimep.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Castells, sobre internet e rebelião: é só o começo

do blog do Luis Nassif

Por Jordi Rovira, Universitad Oberta de Catalunya | Tradução: Cauê Seigne Ameni

Os meios de comunicação passaram semanas centrando sua atenção na Tunísia, no Egito. As insurreições populares que se desenvolveram após o sacrifício do jovem tunisiano Mohamed Bouazizi, terminaram em poucos dias com a ditadura de Bem Ali e na sequência, como peças enfileiradas de dominó, com a "presidência" de Hosni Mubarack. Abriram-se processos democráticos em ambos os países. Manifestantes também saem às ruas árabes na Líbia, Iêmen, Argélia, Jordânia, Bahrain e Omã.

Em todos esse processos, as novas tecnologias jogam um papel chave primordial — em especial, as redes sociais, que permitem superar a censura. Ante esse desfecho histórico, Manuel Castells, catedrático sociólogo e diretor do Instituto Interdisciplinar sobre Internet, na 
Universitat Oberta de Catalunya,
 aprofunda a reflexão sob o que se passa e oferece chaves para entender um movimento cidadão que tira o máximo proveito dos novos canais de comunicação ao seu alcance.

Os movimentos sociais espontâneos na Tunísia e Egito pegaram desprevenidos os analistas políticos. Como sociólogo e estudioso da Comunicação, você foi surpreendido pela ação da sociedade-rede destes países, em sua mobilização?

g>NaveNa verdade não. No meu livro Comunicação e Poder, dediquei muitas paginas para explicar, a partir de uma base empírica, como a transformação das tecnologias de comunicação cria novas possibilidades para a auto-organização e a auto-mobilização da sociedade, superando as barreras da censura e repressão impostas pelo Estado. Claro que não depende apenas da tecnologia. A internet é uma condição necessária, mas não suficiente.
As raízes da rebelião estão na exploração, opressão e humilhação. Entretanto, a possibilidade de rebelar-se sem ser esmagado de imediato dependeu da densidade e rapidez da mobilização e isto relaciona se com a capacidade criada pelas tecnologias do que chamei de "auto-comunicação de massas".

Poderíamos considerar estas insurreições populares um novo ponto de inflexão na história e evolução da internet? Ou teríamos que analisá-las como conseqüência lógica, ainda de grande envergadura, da implantação da rede no mundo?

As insurreições populares no mundo árabe são um ponto de inflexão na história social e política da humanidade. E talvez a mais importante das muitas transformações que a internet induziu e facilitou, em todos os âmbitos da vida, sociedade, economia e cultura. Estamos apenas começando, porque o movimento se acelera, embora a internet seja uma tecnologia antiga, implantada pela primeira vez em 1969.

A juventude egípcia desempenhou um papel chave nas insurreições populares, graças ao uso das novas tecnologias. No entanto, segundo os cálculos de Issandr El Amrani, analista político independente no Cairo, apenas uma pequena parte da população egípcia dispõem de acesso a internet. Pensa que esta situação pode criar uma brecha – usando suas próprias palavras, entre "conectados" e "desconectados" – ainda maior que a que se da nos países desenvolvidos?

O dado já esta antiquado. De acordo com uma pesquisa recente (2010), da empresa informação Ovum, cerca de 40% dos egípcios maiores de 16 anos estão conectados à internet — se levarmos em conta não apenas as ligações domiciliares, mas também os cibercafés e os centros de estudo. Entre os jovens urbanos, as taxas chegam a 70%.

Além disso, segundo dados recentes, 80% da população adulta urbana esta conectada por celulares. E de qualquer maneira, estamos falando de um país com 80 milhões de habitantes. Ainda que apenas um quarto deles estivessem conectados, já poderia haver milhões de pessoas nas ruas. Nem todo o Egito se manifestou, mas uma número de cidadãos suficiente para que se sentissem unidos, e pudessem derrotar o ditador.

A história da brecha digital em termos de acesso é velha, falsa hoje em dia e rabugenta. Parte de uma predisposição ideológica de certos intelectuais interessados em minimizar a importância da internet. Há 2 bilhões de internautas no planeta, bilhões de usuários de celulares. Os pobres também têm telefones móveis e existem ainda outras formas de acessar a internet. A verdadeira diferença se dá na banda e na qualidade de conexão, não no acesso em si, que está se difundindo com rapidez maior que qualquer outra tecnologia na história.

Até que ponto o poder dispõe de ferramentas necessárias para sufocar as insurreições promovidas desde a rede?

Não as tem. No Egito, inclusive, tentaram desconectar toda a rede e não conseguiram. Houve mil formas, incluindo conexões fixas de telefone a numero no exterior, que transformavam automaticamente as mensagens em twetts e fax no país. E o custo econômico e funcional da desconexão da internet é tão alta que tiveram que restaurá-la rapidamente.

Hoje em dia, um apagão da rede é como um elétrico. Bem Ali não caii tão rápido, houve um mês de manifestações e massacres. O Irã não pode se desconectar a rede: os manifestantes estiveram sempre comunicando-se e expondo suas ações em vídeos no Youtube. A diferença é que ali, politicamente, o regime teve força para reprimir selvagemente sem que interviesse o exército. Porém as sementes da rebelião estão plantadas e os jovens iranianos, 70% da população, estão agora maciçamente contra o regime. É questão de tempo.

A mobilização popular através dos meios digitais criou heróis da cibernéticos no Egito — como Weal Ghonim, o jovem executivo do Google. Que papel podem desempenhar esses novos lideres no futuro de seus países?

O importante das "wikirrevoluções" (as que se auto-geram e se auto-organizam) é que as lideranças não contam, são puros símbolos.
Símbolos que não mandam nada, pois ninguém os obedeceria, eles tampouco tentariam impor-se. Pode ser que, uma vez institucionalizada, a revolução coopte se algumas destas pessoas como símbolos de mudanças — ainda que eu duvide muito que Ghonim queira ser político. Cohn Bendit era também um símbolo, não um líder. Foi estudante e amigo meu em 68, ele era um autêntico anarquista: Rechaçava as decisões dos líderes e utilizava seu carisma (foi o primeiro a ser reprimido) para ajudar a mobilização espontânea.

Walesa foi diferente, um vaticanista do aparato sindical. Por isso, tornou-se político rapidamente. Cohn Bendit tardou muito mais e ainda assim é, fundamentalmente um verde, que mantém valores de respeito às origens dos movimentos sociais.
 

A aliança entre meios de comunicação convencional e novas tecnologias é o caminho a seguir no futuro, para enfrentar com êxito os grandes desafios?

Os grande meios de comunicação não têm escolha. Ou aliam-se com a internet e com o jornalismo cidadão, ou irão se marginalizando e tornando-se economicamente insustentáveis. Mas hoje, essa aliança ainda é decisiva para a mudança social. SemAl Jazeera não teria havido revolução na Tunísia.

Em um artigo intitulado "Comunicação e Revolução", você recordou que em 5 de fevereiro a China havia proibido a palavra Egito na Internet. Acredita que existem condições para que possa ocorrer, no gigante asiático, um movimento popular parecido com o que esta percorrendo o mundo árabe?

Não, porque 72% do chineses apoiam seu governo. A classe média urbana, sobretudo os jovens, estão muito ocupados enriquecendo-se. Os verdadeiros problemas do campesinato e operários — ou seja, os verdadeiros problemas sociais da China — encontram se muito longe. O governo resguarda-se demais, porque a censura antagoniza muita gente que não está realmente contra o regime. Na China, a democracia não é, hoje, um problema para a maioria das pessoas, diferente do que ocorria na Tunísia e no Egito.

Esse novo tipo de comunicação, globalizada, atomizada e que se nutre se da colaboração de milhões de usuários, pode chegar a transformar nossa maneira de entender a comunicação interpessoal? Ou é apenas uma ferramenta potente a mais, à nossa disposição?

Já tranformou. Ninguém que esta inserido diariamente nas rede sociais (este é o caso de 700 dos 1,2 milhões de usuários) segue sendo a mesma pessoa. Mas não é um mundo exotérico: há uma inter-relação online/off-line.

Como esta comunicação mudou, e muda a cada dia, é uma questão que se deve responder por meio de investigação acadêmica, não através de especialistas em fofocas. E por isso empreendemos o Projeto Internet Catalunha na UOC.

Podemos dizer que os ciber-ataques serão a guerra do futuro?

Na realidade, esta guerra já faz parte do presente. Os Estados Unidos consideram prioritária a ciberguerra. Destinaram a este tama um orçamento dez vezes maior que todos os demais países juntos. Na Espanha, as Forças Armadas também estão se equipando rapidamente na mesma direção. A internet é o espaço do poder e da felicidade, da paz e da guerra.

É o espaço social do nosso mundo, um lugar hibrido, construído na interface entre a experiência direta e a mediada pela comunicação, e sobretudo, pela comunicação na internet.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

¿Hay que inventar la ética para el periodismo en línea?

Por Javier Darío Restrepo
Do FNPI

Cuando apareció la imprenta las responsabilidades éticas de quienes escribían las acta diurnae, que era el nombre de las informaciones manuscritas que circulaban de mano en mano, no se cambiaron sino que se multiplicaron: ya no serían unas cuantas personas, sino muchas más las que se beneficiarían de una noticia de calidad, o las que tendrían perjuicio por la mediocre o mala calidad de las informaciones. Lo mismo sucedió al llegar la radio, o la televisión como instrumentos para difundir noticias: la responsabilidad se intensificó y fueron mayores las implicaciones éticas del uso de un poder mayor en la comunicación. Con los nuevos medios electrónicos no será necesario descubrir una nueva ética, sino las nuevas implicaciones de la ética de siempre. Y como sucedió en los desarrollos tecnológicos anteriores, se ampliaron e intensificaron las responsabilidades de los usuarios de estos medios. Y valgan los ejemplos: el periodista siempre tuvo que responder por los contenidos y por los efectos de la divulgación de esos contenidos. Es una responsabilidad que se aumentó al crecer las audiencias cubiertas por los medios; se intensificó cuando no solo se habla para el oído, sino también para el ojo y para la inteligencia de las personas; internet multiplica de modo incalculable las audiencias, permite el uso de la palabra escrita, de la imagen y de los sonidos, intensifica la interlocución entre emisores y receptores, el receptor puede ser emisor y disponer de volúmenes desmesurados de información. ¿Cómo responder a ese poder? La responsabilidad siempre ha sido capacidad de responder por el poder de que uno dispone; aquí se trata de dar cuenta de un poder mayor que el que proveyeron los otros medios en el pasado.. No hay que inventar una nueva ética, sino de encontrar y asumir las aplicaciones éticas de siempre. La ética, en efecto, no depende de los aparatos o situaciones nuevas. Es la obediencia a la naturaleza humana y esta está ahí y ahí se queda en la galaxia internet lo mismo que estuvo en la galaxia Gutemberg.

Documentación
Internet, al crear el ambiente propicio para prescindir de los demás y aislarse, intensifica la naturaleza destructiva del individualismo radical. Lo ético aparece con la presencia del otro; su exclusión significa la desaparición de la base y el objeto de lo ético.
Anota Cebrián: “embebido como está (el cibernauta) en un mundo virtual e imaginario, se aparta de las relaciones con los más próximos, familia, vecinos, amigos.”
Este aislamiento, progresivamente excluye la socialización y con ella, el control social sobre la conducta. Anota Graham: “la mayor parte de la educación es el resultado de la socialización… La socialización no es un proceso de condicionamiento sino de formación… Los impulsos naturales, fundamento del conocimiento moral, se definen a medida que se someten al proceso de refinamiento de valores y prácticas heredadas y no inventadas. Cuando desaparece esa influencia de la sociedad y el hombre se aísla, fuera de todo control, los deseos más perversos no sufren represión alguna. En el mundo de Internet el público represor no existe".
En estas condiciones Internet desarrolla en los individuos "una actitud en sus relaciones interpersonales orientada por criterios de eficacia" (Brunet). La ética se plantea como respuesta a situaciones extremas de urgencia, no en el resto de la vida.
Sin embargo es un hecho que Castells describe como un factor poderoso: “ se trata de un sentimiento personal de pérdida de control, de aceleración de nuestras vidas, de hallarnos inmersos en una carrera sin fin en pos de una meta desconocida.” Esta pérdida de control es el punto de partida para numerosos dilemas éticos y el ambiente propicio para privilegiar la acción sobre la reflexión, condición en que las decisiones éticas son más difíciles. Explica Graham “un concepto de la moral como algo ligado a la acción, es una distorsión y una aberración.”
Concluye el mismo Graham: “ la crítica contra Internet será que no puede proveer una base adecuada para la vida moral. Conforme los individuos van creando más relaciones en Internet, el mundo en el que entran es el de la anarquía moral.”
Constituye un problema ético, relacionado con los deberes profesionales de un servicio honesto y eficaz, el que denuncia Cebrián: “Los cambios fundamentales de la nueva sociedad de la información vienen determinados por la velocidad a la que se produce. La velocidad es una constante. La velocidad imprime un ritmo a la toma de decisiones vecino a la improvisación, cuando no al atolondramiento.”
Los valores de equidad y de relación con el otro se ponen a prueba con la creación de nuevas clases: los info-ricos y los info-pobres. “Las oportunidades de empleo, de educación, de ocio y de bienestar para los info-ricos aumentan de forma casi exponencial; quienes quedan al margen contemplan cómo aumenta su marginación y su alienación…La nueva estructura global del mundo determina a unos como amos y a otros como esclavos.” ( Graham).
Plantea una reflexión ética la aparición de un nuevo ejemplar humano, resultado de las condiciones éticas creadas por Internet. Brunet, citando a George Devereux, los llama los esquizoides y los describe: “ son impersonales en sus relaciones humanas, de fría objetividad, como ideal científico, indiferentes en lo afectivo y aislados en las grandes ciudades; fragmentados en sus comportamientos diarios, sin sentimientos ni compromisos en el mundo social, incapaces de tener una verdadera personalidad".

Javier Darío Restrepo
Cuarenta Lecciones de Ética
Random House, Caracas, 2006, pp. 262, 263, 264

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Google lança serviço de assinaturas para conteúdo digital

Do Blog de Adriano S. Ribeiro no Brasilianas

O "One Pass" permite às editoras vender conteúdo especialmente desenvolvidos para smartphones ou tablets
Foto: Reprodução
O Google lançou nesta quarta-feira um serviço que facilita a venda de versões digitais de jornais e revistas para editoras e produtores de conteúdo. O lançamento ocorre um dia depois de a Apple anunciar um plano de assinaturas para a mídia, vendido por meio de sua loja de aplicativos, que foi recebido com controvérsia.
O Google disse que seu novo serviço, o "One Pass", permite às editoras vender conteúdo que consumidores podem ver em websites ou em aplicativos especialmente desenvolvidos para smartphones ou tablets. A mídia pode cobrar pelo conteúdo de diversas formas, incluindo assinaturas, pagamento por quantidade de acessos ou venda de apenas um artigo, afirmou o Google no blog da empresa, nesta quarta-feira.
Na terça-feira, a Apple apresentou um esperado plano de assinaturas para empresas de mídia que prevê a distribuição de conteúdo em aplicativos específicos para usuários de iPad e iPhone. O serviço permite à Apple reter 30% dos pagamentos dos clientes para qualquer produtora de conteúdo cadastrada na loja da Apple. Ele também permite aos consumidores decidir quais dados pessoais fornecer aos produtores de conteúdo quando se cadastram nos sites para fazer alguma assinatura. Analistas disseram que o novo plano da Apple pode contrariar quem detém os direitos sobre o conteúdo.
O post no blog do Google não deixou claro qual será o percentual dos pagamentos do "One Pass" que caberá à empresa. O Google não estava imediatamente disponível para comentar o assunto. No seu blog, o gigantes de buscas afirmou que o serviço permite às editoras definir seus próprios preços e termos para o conteúdo. Segundo o Google, o "One Pass" está atualmente disponível para a mídia do Canadá, França, Alemanha, Itália, Espanha, Grã-Bretanha e Estados Unidos.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

O encantamento do jornalismo

Carlos Alberto Di Franco
Publicado no Observatório da Imprensa
Gay Talese, um dos fundadores do New Journalism (novo jornalismo), uma maneira de descrever a realidade com o cuidado, o talento e a beleza literária de quem escreve um romance, é um crítico do jornalismo sem alma e sem graça. Seu desapontamento com a qualidade de certa mídia pode parecer radical e ultrapassada. Mas não é. Na verdade, Talese é um enamorado do jornalismo de qualidade. E a boa informação, independentemente da plataforma, reclama competência, rigor e paixão.
Segundo Talese, a crise do jornalismo está intimamente relacionada com o declínio da reportagem clássica. 'Acho que o jornalismo, e não o Times, está sendo ameaçado pela internet. E o principal motivo é que a internet faz o trabalho de um jornalista parecer fácil. Quando você liga o laptop na sua cozinha, ou em qualquer lugar, tem a sensação de que está conectado com o mundo. Em Pequim, Barcelona ou Nova York... Todos estão olhando para uma tela de alguns centímetros. Pensam que são jornalistas, mas estão ali sentados, e não na rua. O mundo deles está dentro de uma sala, a cabeça está numa pequena tela, e esse é o seu universo. Quando querem saber algo, perguntam ao Google. Estão comprometidos apenas com as perguntas que fazem. Não se chocam acidentalmente com nada que estimule a pensar ou a imaginar. Às vezes, em nossa profissão, você não precisa fazer perguntas. Basta ir às ruas e olhar as pessoas. É aí que você descobre a vida como ela realmente é vivida', observa Talese.
A crítica de Gay Talese é um diagnóstico certeiro da crise do jornalismo. Os jornais perdem leitores em todo o mundo. Multiplicam-se as tentativas de interpretação do fenômeno. Seminários, encontros e relatórios, no exterior e aqui, procuram, incessantemente, bodes expiatórios. Televisão e internet são, de longe, os principais vilões. Será?
É evidente que a juventude de hoje lê muito menos. No entanto, como explicar o estrondoso sucesso editorial do épico O Senhor dos Anéis e das aventuras de Harry Potter? Os jovens não consomem jornais, mas não se privam da leitura de obras alentadas. O recado é muito claro: a juventude não se entusiasma com o produto que estamos oferecendo. O problema, portanto, está em nós, na nossa incapacidade de dialogar com o jovem real. Mas não é só a juventude que foge dos jornais. A chamada elite, classes A e B, também tem aumentado a fileira dos desencantados. Será inviável conquistar toda essa gente para o mágico mundo do jornalismo? Creio que não. O que falta, estou certo, é ousadia e qualidade.
Os jornais, equivocadamente, pensam que são meio de comunicação de massa. E não o são. Daí derivam erros fatais: a inútil imitação da televisão, a incapacidade de dialogar com a geração dos blogs e dos videogames e o alinhamento acrítico com os modismos politicamente corretos. Esqueceram que os diários de sucesso são aqueles que sabem que o seu público, independentemente da faixa etária, é constituído por uma elite numerosa, mas cada vez mais órfã de produtos de qualidade. Num momento de ênfase no didatismo e na prestação de serviços - estratégias úteis e necessárias -, defendo a urgente necessidade de complicar as pautas. O leitor que precisamos conquistar não quer o que pode conseguir na TV ou na internet. Ele quer qualidade informativa: o texto elegante, a matéria aprofundada, a análise que o ajude, efetivamente, a tomar decisões. Quer também mais rigor e menos alinhamento com unanimidades ideológicas.
A fórmula de Talese demanda forte qualificação profissional: 'A minha concepção de jornalismo sempre foi a mesma. É descobrir as histórias que valem a pena ser contadas. O que é fora dos padrões e, portanto, desconhecido. E apresentar essa história de uma forma que nenhum blogueiro faz. A notícia tem de ser escrita como ficção, algo para ser lido com prazer. Jornalistas têm de escrever tão bem quanto romancistas'. Eis um magnífico roteiro e um formidável desafio para a conquista de novos leitores: garra, elegância, rigor, relevância. Matéria especial de Fernando Gabeira sobre a Venezuela, publicada na edição dominical do Estado, 23 de janeiro, foi um belo exemplo de informação precisa e saborosa.
O nosso problema, ao menos no Brasil, não é de falta de mercado, mas a incapacidade de conquistar uma multidão de novos leitores. Ninguém resiste à matéria inteligente e criativa. Em minhas experiências de consultoria, aqui e lá fora, tenho visto uma florada de novos leitores em terreno aparentemente árido e pedregoso. O problema não está na concorrência dos outros meios, embora ela exista e não deva ser subestimada, mas na nossa incapacidade de surpreender e emocionar o leitor. Os jornais, prisioneiros das regras ditadas pelo marketing, estão parecidos, previsíveis e, consequentemente, chatos.
A revalorização da reportagem e o revigoramento do jornalismo analítico devem estar entre as prioridades estratégicas. É preciso encantar o leitor com matérias que rompam com a monotonia do jornalismo declaratório. Menos Brasil oficial e mais vida. Menos aspas e mais apuração. Menos frivolidade e mais consistência. Além disso, os leitores estão cansados do baixo-astral da imprensa brasileira. A ótica jornalística é, e deve ser, fiscalizadora. Mas é preciso reservar espaço para a boa notícia. Ela também existe. E vende jornal. O leitor que aplaude a denúncia verdadeira é o mesmo que se irrita com o catastrofismo que domina muitas de nossas pautas.
Perdemos a capacidade de sonhar e a coragem de investir em pautas criativas. É hora de proceder às oportunas retificações de rumo. Há espaço, e muito, para o jornalismo de qualidade. Basta cuidar do conteúdo. E redescobrir uma verdade constantemente negligenciada: o bom jornalismo é sempre um trabalho de garimpagem.
Doutor em comunicação, é professor de ética e diretor do master em jornalismo

Portais noticiosos e Google controlam 75% do tráfego de internet no Brasil

Renan Justi - Site do Ibope
09.02.2011
 
A navegação de grande parte dos internautas brasileiros começa pelos portais de notícias, segundo apresentação da agência JWT durante o evento Social Media Week, realizado em São Paulo. Sites como Globo.com, Terra, iG e UOL são responsáveis - ao lado do serviços de busca Google, Orkut e Youtube - por 75% de pageviews no Brasil.*
Sem as ferramentas do Google, metade do tráfego de usuários brasileiros na web está centralizada em veículos de imprensa. "Eles (portais) ensinaram o brasileiro a navegar e souberam manter o tráfego", diz Ken Fujioka, vice-presidente de planejamento da JWT.
O resultado desta ampla aceitação do público, como avalia a agência, enfraquece o espaço dos blogs nas mídias digitais. Os blogueiros que conquistam a audiência são incorporados aos grandes portais. "Quanto mais fragmentada a audiência, mais propício é o ambiente para que os blogs sejam influentes. E no Brasil a internet é muito concentrada", entende Fujioka
A velocidade do Twitter
A respeito do recente assalto a uma joalheria no Shopping Morumbi, Patrice Lamiral, diretor de estratégias da JWT, comentou como a informação repercutiu nas redes sociais até chegar aos portais de notícias.
"A primeira informação sobre o que havia ocorrido no shopping foi publicada no Twitter às 13h54, e o assalto foi às 13h53.", e completa dizendo "às 14h53 a primeira notícia sobre o assalto saiu no Terra. Até ela ser publicada, já existiam mil tweets sobre o evento, alguns até corrigindo a reportagem."

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Secretaria de Inclusão Digital será criada nesta semana, afirma ministro

A informação foi dada em primeira mão pelo ministro Paulo Bernardo durante bate-papo com 
internautas, no último sábado.


Kleber Farias
Ministério das Comunicações 


Brasília – Em entrevista ao vivo concedida a internautas no último sábado, 5, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, anunciou que deve ser publicado nesta semana, muito provavelmente, o decreto presidencial que altera a estrutura regimental do Ministério das Comunicações, para possibilitar a criação da Secretaria de Inclusão Digital.
A nova secretaria do MiniCom ficará responsável pelo Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) e pela coordenação de outros projetos de inclusão do ministério, além dos demais órgãos do Governo Federal.
O ministro foi o convidado do podcast Na Varanda, que recebe convidados para uma entrevista realizada totalmente via internet. O bate-papo acontece sempre na varanda de um apartamento na Asa Norte, bairro de Brasília.
As perguntas foram enviadas pelas redes sociais, como Twitter e Facebook, além do canal para recebimento de comentários no Livestream, sistema utilizado para promoção do bate-papo, que transmite, em tempo real, áudio e vídeo. Perguntas também foram recebidas e repassadas ao ministro por meio do perfil oficial do MiniCom no Twitter.
A entrevista chegou a alcançar a primeira colocação nos chamados “trending topics” do Twitter Brasil, o que significa que o assunto esteve entre os mais comentados no microblog. Durante a maior parte do bate-papo, que durou pouco mais de uma hora e meia, o evento esteve entre os três temas de maior repercussão no Twitter.
A transmissão alcançou picos de quase 300 internautas assistindo simultaneamente o bate-papo, maior recorde registrado, segundo os organizadores do Na Varanda. O volume de perguntas recebidas foi tão grande que tornou difícil o atendimento a todos os questionamentos dos internautas.
Além das perguntas de caráter mais técnico, os internautas também aproveitaram para comentar situações inesperadas, que normalmente não ocorrem em entrevistas ao vivo. Cachorro latindo na rua, helicóptero sobrevoando a área e caminhão de mudanças chegando ao prédio: situações do cotidiano que foram percebidas durante a transmissão e deram origem a comentários bem humorados de internautas.
“Fantástica experiência esse Na Varanda”, publicou o ministro Paulo Bernardo em seu perfil pessoal no Twitter, logo após o bate-papo, parabenizando a equipe responsável pelo programa. O ministro também se colocou à disposição para participar da entrevista em outras ocasiões.
O ministro falou de temas como Plano Nacional de Banda Larga, regulação da mídia, propriedade cruzada e tablets. Para ouvir a íntegra da entrevista, clique aqui.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Propriedade cruzada: interesses explicitados

Como sempre, Venício de Lima faz uma análise lúcida e clara. Desta vez discute propriedade cruzada e convergência sem o interesseiro viés do Grupo RBS.  Publicado em Carta Maior.

http://www.google.com/gwt/x?wsc=yq&wsi=5960ae4c07c45ea7&source=reader&u=http%3A%2F%2Ftinyurl.com/4musped&ei=ZR5NTeg6ivLCBf7zmfIN

Acho que seria interessante uma boa discussão sobre o tema para entendemos porque ainda hoje é necessário impedir a propriedade cruzada.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Conferência sobre jornalismo e mídias sociais

AO VIVO: Jornalismo e mídias sociais - 20h


Live Broadcasting by Ustream

Boa repercussão da conferência de hoje

Estou gostando da repercussão que a conferência web que farei hoje à noite está tendo na internet. Mais uma prova de que as redes sociais conseguem promover mobilizações que a mídia de massa não é capaz. Não que exista aí uma culpa das mídias tradicionais, mas simplesmente porque elas desempenham outro papel na sociedade. Por serem de massa, os assuntos que tratam e repercutem devem ter interesse geral da sociedade. Notícias de interesses de grupos restritos afugentam os leitores.
As mídias sociais abrem um novo leque em que interesses específicos podem ser partilhados, sem atrapalhar os que não querem saber do assunto. No entanto, há sempre a possiblidade de que haja uma ligação entre as mídias clássicas e as novas. O caso recente do Egito e, ontem, o novo Fora Sarney, são exemplos disso. O que é de interesse geral também invade a rede.
Durante a campanha eleitoral, o comitê de Dilma identificou que os picos de citação da candidata (positiva e negativamente) se dava nos horários do Jornal Nacional e do Jornal da Globo. Ou seja, a mídia clássica pauta a nova e vice-versa. Entender como esse fenômeno se dá é um desafio para aqueles que devem compreender e retratar a realidade a cada dia, a cada instante, nós, os jornalistas.
*
Em tempo, a conferência será hoje(2/2) às 20h aqui neste blog. Você poderá interagir comigo via chat ou redes sociais.
É uma realização do curso de especialização em Jornalismo Multimídia da Unimep.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Conferência na web debate jornalismo e mídias sociais

Na próxima quarta-feira, o curso de Jornalismo Multimídia da Unimep (especialização lato sensu), realiza uma conferência web sobre Jornalismo em tempo de mídias sociais. Quem fará a conferência é o coordenador do curso, professor Wanderley Garcia, que espera interagir com o público por meio de chat e redes sociais, como twitter e facebook.
O professor pretende discutir com os internautas como as mídias sociais impactam na produção e na leitura de notícias e também no modelo de negócios das empresas jornalísticas. O crescimento das redes sociais na internet têm provocado mudanças dentro das redações e que devem se intensificar ainda mais nos próximos anos.
A conferência poderá ser assistida neste blog ou diretamente na página do Ustream.

Perfil: Wanderley Garcia é professor da Faculdade de Comunicação da Unimep. Jornalista, tem mestrado em Ciência da Informação pela Puc-Campinas. Coordena o curso de Jornalismo Multimídia, que está com inscrições abertas até 11/02.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Internet ultrapassa TV nos Estados Unidos

22/01/2011
La Nacion

Lo mismo sucede en Europa y en China; entanto, en América latina el fenómeno es inverso

El consumo de Internet desplazó a la televisión y demás medios convencionales en Estados Unidos, Europa y China, según los resultados de un estudio de Digital Life realizado entre 50.000 usuarios de 46 países, informó la agencia EFE.

Por el contrario, ese documento reflejó que la televisión sigue siendo el medio predominante en América latina, Asia, Medio Oriente y Africa, mientras que en la India el periódico de papel es el más utilizado, más aún que la televisión, la radio e Internet.

Del total de consumidores entrevistados, de 16 a 60 años, el 61 por ciento señaló que accede diariamente a Internet, el 54 por ciento consume televisión todos los días, el 36 por ciento escucha la radio y el 32 por ciento lee los periódicos todos los días.

Según Jordi Ferrer, responsable del estudio, la explicación sobre la preferencia de Internet en los países más desarrollados se debe a que "el medio digital responde a más necesidades que cualquier otro".

El informe, que analiza las actividades e intereses de los consumidores en Internet, revela que los usuarios dedican más tiempo a las redes sociales que al correo electrónico y a las páginas web o de noticias.

Respecto de las redes sociales, el informe muestra que la media de amigos por usuario es de 120, aunque en América latina se llega hasta los 200, siendo los brasileños los que más amigos tienen: 231.

En el caso de productos comerciales, el estudio sostiene que en las redes sociales hay un promedio de cuatro marcas incluidas como amigos.

Digital Life completa el retrato del consumidor digital con seis perfiles diferentes: los "influyentes", los "comunicadores", los "buscadores de conocimiento", los "aspirantes", los "funcionales" y los "conectados a redes".

Un 23 por ciento se reconoce como "influyente", es decir, aquellos que participan y actúan en redes sociales, escriben en blogs y consideran que la Web es una parte integral de su vida.

Ferrer aseguró que este perfil se concentra en los países "recién llegados a Internet" como la India o los países de Medio Oriente.

Dos de cada diez internautas dicen ser "comunicadores", usuarios activos en las redes sociales; un 17 por ciento siente que pertenece al perfil de "buscador de conocimiento", aquel que usa la Web para informarse, y un 15 por ciento es "aspirante", ya que desea tener un espacio propio en Internet.

Por último, un 13 por ciento de los usuarios dicen ser "funcionales", ya que sólo usan la Web como herramienta útil, y un 12 por ciento se encuadra en "conectados a redes": es decir, Internet los ayuda a crear y mantener relaciones.
 

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

RTs e Difusão de informações: Benefícios públicos ou privados?

RAQUEL RECUERO
DO BLOG SOCIAL MEDIA

Há muito tempo que tenho lido vários artigos e livros ressaltando o caráter de bem público as ações na Internet e a possibilidade de construir coisas coletivas a partir das redes sociais online e do capital social gerado por aqui. Pois bem, como boa hobbesiana que sou, sempre vi essa positividade com um pouco de desconfiança. A cooperação acontece sim, e tem efeitos muito legais na rede. Mas de uma certa forma, tenho a impressão de que acontece movida por interesses individuais em valores que são escassos também nos grupos sociais. Por exemplo, Lanhan fala da escassez da atenção. Com tanta informação, é mais difícil conseguir prestar atenção naquilo que pode ser relevante. Assim, o papel de várias que pessoas que agem como "filtros", repassando coisas que são relevantes, por exemplo, no Twitter, auxilia a coletividade difundindo informações que talvez não chegassem a pontos tão distantes da rede. E o principal motor dessa difusão é o retweet.
Leia mais

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Democratização da comunicação, banda larga e marco regulatório

A discussão sobre o novo marco regulatório das comunicações brasileiras e a proposta de universalização da banda larga no Brasil me provocou a fazer uma série de reflexões que pretendo discutir aqui em alguns posts. Mais do que o fato de estarem agora sob o mesmo ministério, o das Comunicações - que parece renascer das cinzas e deixar o ostracismo dos anos Lula - a ligação entre os dois assuntos está na democratização da comunicação.
Vamos aos pontos que pretendo abordar nos próximos dias:
- O novo marco regulatório está na fila desde o governo de João Goulart;
- Regular as comunicações se coloca na pauta em função dos avanços tecnológicos e não pela necessária democratização;
- O Plano Nacional para Banda Larga pode se concretizar na maior ação para democratizar o acesso à informação e à comunicação;
- A universalização do acesso à internet coloca em risco os oligopólios brasileiros nos meios de comunicação tradicionais;
- Os grandes oligopólios transnacionais podem impor um novo modelo de concentração do fluxo de informações;
- O Congresso Nacional tentará salvar os oligopólios midiáticos brasileiros;
- O Congresso Nacional tentará, e não conseguirá, manter controle rígido sobre a internet.

Aceito colaborações para desenvolver estes e outros tópicos.

O melhor debate da Campus Party Brasil

DO BLOG DO TIAGO DÓRIA

Na tarde desta terça-feira, acompanhei a passagem na Campus Party Brasil de Tim Berners-Lee, criador da web, e de Al Gore, ex-vice-presidente dos EUA e ativista ambiental.


Pela primeira vez, os dois ficaram juntos no mesmo palco.
Acredito que, em 4 anos de Campus Party Brasil, essa foi a melhor palestra no palco principal.
Ambos fizeram diversos comentários sobre assuntos atuais, como vazamento de informações na web e privacidade.
Por exemplo, o criador da web minimizou a importância dada ao Wikileaks. Segundo ele, o site é, em realidade, apenas um intermediário. Não é ele quem vaza as informações.
Assim como Al Gore, Berners-Lee se mostrou a favor da divulgação de dados na web, mas desde que sejam informações públicas e o direito à privacidade das pessoas seja respeitado.
Apesar de ter se posicionado de forma idêntica em um evento no final do ano passado, quando disse que o Wikileaks não tem a ver com a ideia de “governo aberto” defendida por ele, pelo que percebi, a opinião de Berners-Lee sobre o vazamento de informações na web causou um pouco de estranheza. Porém, o posicionamento do criador da web faz sentido.
Em seu trabalho, Berners-Lee sempre deixou evidente a sua preocupação com a forma e os interesses como dados são utilizados na web, além da relevância deles para o dia a dia das pessoas. “Dados sobre o estado de saúde de uma pessoa não devem estar abertos a qualquer um na web”.
Segundo ele, precisamos lutar por informações de interesse comum, que sejam realmente relevantes para as pessoas, como dados sobre violência, habitação e áreas de risco em enchentes, e não intrigas entre governos.
Durante a palestra, ambos acionaram o ‘alarme de incêndio’ ao afirmarem que grandes empresas e governos querem, cada vez mais, controlar a internet e rastrear a navegação dos usuários. Al Gore bateu bem mais nos governos que tentam monitorar o uso da web. Berners Lee, por sua vez, criticou mais as empresas: “Preocupo-me quando percebo que algumas empresas estão se tornando dominantes na internet”, numa clara alusão à Google e ao Facebook.
Os dois defenderam a criação de leis que garantam ainda mais a privacidade das pessoas na web.
Uma das melhores partes do encontro foi quando Berners Lee defendeu que, acima de tudo, devemos utilizar a internet para conhecer pessoas de outros países e com visões diferentes. A internet deve ser uma oportunidade para pararmos de andar somente com as pessoas que já pensam como a gente. Ou seja, uma oportunidade única de nos tirar da “zona de conforto“.
Veja também: Tim Berners-Lee acionou o alarme de incêndio
Crédito da foto: Cristiano Santa’a nna (Campus Party Brasil)

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Campus Party ao vivo

Acompanhe os debates do Campus Party que acontece esta semana em São Paulo.

'Integração entre cérebro e máquinas vai influenciar evolução'

Para Nicolelis, corpo não vai mais limitar ação da mente sobre o mundo. Pesquisador também comenta os desafios impostos à ciência no País pela burocracia e desorganização

 

 Alexandre Gonçalves, de O Estado de S. Paulo

Miguel Nicolelis é um dos pesquisadores brasileiros de maior prestígio. Pioneiro nos estudos sobre interface cérebro-máquina, suas descobertas aparecem na lista das dez tecnologias que devem mudar o mundo, divulgada em 2001 pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês). Em 2009, tornou-se o primeiro brasileiro a merecer uma capa da Science. Na quarta-feira, foi nomeado membro da Pontifícia Academia de Ciências, no Vaticano. Ao Estado, Nicolelis falou sobre o impacto da neurociência no futuro da humanidade. Criticou de forma contundente a gestão científica no País, especialmente em São Paulo. Também questionou os critérios - marcadamente políticos - que teriam norteado a escolha do ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante.
Vlademir Alexandre/AE
Vlademir Alexandre/AE
Nicolelis: considerado um dos maiores pesquisadores do planeta em neurociências

Para onde a neurociência deve nos levar nos próximos anos?
No curto prazo, penso que as principais aplicações serão na medicina com novos métodos de reabilitação neurológica, para tratar condições como paralisia. No médio, chegarão as aplicações computacionais. Nossa relação com as máquinas será completamente diferente: não usaremos mais teclados, monitores, mouse... o computador convencional deixará de existir. Vamos submergir em sistemas virtuais e nos comunicaremos diretamente com eles. No longo prazo, o corpo deixará de ser o fator limitante da nossa ação no mundo. Nossa mente poderá atuar com máquinas que estão à distância e operar dispositivos de proporções nanométricas ou gigantescas: de uma nave espacial a uma ferramenta que penetra no espaço entre duas células para corrigir um defeito. E, no longuíssimo prazo, a evolução humana vai se acelerar. Nosso cérebro roubará um pouco o controle que os genes têm hoje. Daqui a três meses, publicarei um livro em que comento estes temas.

O que você chama de curto, médio, longo e longuíssimo prazo?
Curto prazo são os próximos anos. Médio prazo, nas próximas duas décadas. Longo prazo, no próximo século. Longuíssimo prazo, alguns milhares de anos.

Como andam suas linhas de pesquisa na medicina?
Estamos avançando rapidamente no exoesqueleto (um dispositivo que dá sustentação ao corpo de uma pessoa paralisada e é capaz de mover-se obedecendo ao controle da mente). Está sendo desenvolvido na Alemanha. Para o treinamento dos pacientes, construímos salas virtuais onde pessoas paralisadas terão sua atividade cerebral registrada de forma não-invasiva por magneto-encefalógrafos. Vamos ver se elas aprendem a controlar com o pensamento os movimentos de um corpo virtual - um avatar que simula o exoesqueleto. Com uma pessoa tetraplégica será mais fácil, pois é justificável o uso de métodos invasivos como implantar os eletrodos dois milímetros e meio dentro do cérebro. As descobertas vitais já foram feitas. Nosso drama agora é engenharia e conseguir recursos para pagar um projeto que é o equivalente, na neurociência, a uma viagem à Lua. Outra linha de pesquisa importante em medicina é Parkinson. No ano passado, publicamos um trabalho na Science. Estimulamos com eletricidade a medula espinhal de ratos com Parkinson e conseguimos reverter o congelamento motor característico da doença. Há um milhão de fibras na medula espinhal que sobem para o cérebro. Mandamos uma descarga de alta frequência que chega aos centros motores profundos do cérebro e faz com que eles saiam da sincronia absoluta característica da doença, pois estão todos disparando impulsos nervosos ao mesmo tempo, de um modo semelhante ao que ocorre em uma crise epiléptica. O sinal elétrico tem um efeito caótico que quebra a crise. Também temos resultados preliminares em macacos obtidos aqui em Natal. Infelizmente, o Hospital Sírio-Libanês não quer continuar a parceria com nosso instituto. Por isso, procuramos outro hospital de grande porte, público ou privado, onde possamos realizar os testes clínicos, talvez já no próximo ano. Gostaria muito de marcar que a tradução dessa pesquisa para a prática clínica aconteceu aqui no Brasil, pois acredito que a Medicina brasileira é a melhor do mundo. Estou propondo uma nova teoria que vai provavelmente acabar com minha carreira (risos). Acredito que não há distinção entre doenças neurológicas e psiquiátricas: todas elas são doenças temporais, relacionadas ao tempo dos neurônios, ou seja, variantes epilépticas. A única doença do cérebro que existe realmente seria uma epilepsia. Já publicamos três trabalhos este ano com modelos de doenças ditas psiquiátricas e, em todas, encontramos uma assinatura temporal que permite classificá-las como distúrbios do tempo, epilépticos. A ideia surgiu quando vi os registros eletrofisiológicos de ratos com Parkinson e eles lembraram muito os registros de uma crise epiléptica central que conheci quando era estudante.

No médio prazo, ainda precisaremos dos nossos sentidos para dialogar com sistemas computacionais?
Em breve, vamos publicar um trabalho descrevendo o envio do sinal de uma máquina diretamente ao tecido neural de um animal, sem mediação dos sentidos: na prática, criamos um sexto sentido. Vai ser uma novidade explosiva, mas não posso dar mais detalhes, pois o artigo ainda não foi publicado. A internet como conhecemos vai desaparecer. Teremos uma verdadeira rede cerebral. A comunicação não será mediada pela linguagem, que deixará de ser o principal canal de comunicação. Para entender isso, basta pensar que toda linguagem é um comportamento motor - como mexer o braço. Esse comportamento motor também poderá ser decodificado e transmitido. Grandes empresas - como Google, Intel, Microsoft - já tem suas divisões de interface cérebro-máquina.

Quais as implicações antropológicas e sociológicas no longo prazo?
Talvez o primeiro impacto será descobrir que somos todos muito parecidos: as pretensas diferenças entre grupos de seres humanos vão se reduzir pois todos perceberão que somos iguais. Costumo dizer que será a verdadeira libertação da mente do corpo, porque será ela quem determinará nosso alcance e potencial de ação na natureza. O corpo permanecerá para manter a mente viva, mas não precisará atuar fisicamente. Nossa mente cria as ferramentas e as absorve como extensão do nosso corpo. Agora, a mente vai controlar diretamente as ferramentas. O que definimos como ser mudará drasticamente no próximo século.

De que modo a evolução poderá ser influenciada pelo cérebro?
O processo de seleção natural vai agir de uma forma muito mais rápida. Em um mundo onde as pessoas terão de atuar com a atenção dividida entre múltiplas ferramentas, os atributos evolucionais necessários para sobreviver mudam. A mente que consegue controlar vários processos de forma eficaz tem uma vantagem evolucional sobre as outras. Há uma base genética para essa facilidade. À medida que gente com essa vantagem se reproduz mais que os outros, ocorre seleção. Várias pessoas - como os biólogos evolucionistas Richard Dawkins e Stephen Jay Gould - previram que o cérebro passaria a ter um papel mais fundamental na evolução. Mas creio que estamos acelerando este papel. Os neandertais acordaram um dia e encontraram o Homo sapiens jogando bola na esquina da casa deles. Um dia, um sujeito pode acordar e se dar conta de que ele já não pertence mais à espécie dos pais. Mas estamos falando de milênios aqui.

Sua abordagem para criar uma interface cérebro-maquina foi listada pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês) como uma das dez tecnologias que vão mudar o mundo. Como ela surgiu?
Nós - eu e o neurocientista John Chapin - elaboramos um experimento para contestar a doutrina neuronal dominante no século 20 - que rendeu vários prêmios Nobel. Esta teoria estabelecia o neurônio como unidade funcional do sistema nervoso. Nós provamos que a unidade funcional é uma população de células. Um neurônio isolado - que sozinho constitui, de fato, uma unidade anatômica e computacional - não consegue reunir informação suficiente para gerar comportamento, principal função do cérebro. No fim da década de 80, tivemos a ideia de ligar um cérebro de rato a um robô para mostrar que mesmo o neurônio mais fenomenal não gera movimento. Mas, quando registrávamos populações de cinquenta neurônios - mesmo escolhendo-os de forma aleatória -, o animal conseguia movimentar o braço mecânico como se fosse o seu próprio. Não esperávamos um impacto tão grande. Construímos o primeiro centro de neuroengenharia do mundo na Universidade Duke. Agora, qualquer oficina de fundo de quintal nos Estados Unidos tem um centro de neuroengenharia. Há uma explosão de iniciativas no mundo inteiro: Japão, Suíça, Brasil...

Quais os principais desafios para aprimorar essa tecnologia?
Conseguimos registrar hoje cerca de 600 neurônios. Nos próximos dois anos, vamos chegar a 60 mil graças a uma inovadora tecnologia de eletrodos tridimensionais. De qualquer forma, é um método invasivo, o que restringe seu uso. Ninguém vai inserir eletrodos no cérebro para brincar com jogos na internet. Precisamos descobrir técnicas não-invasivas, mas que tenham a mesma resolução para registrar os neurônios.

O que é "registrar neurônios"?
Colocamos eletrodos no cérebro e registramos a atividade elétrica dos neurônios. Se você colocar os dados obtidos pelos eletrodos em uma tela de computador, não vai entender nada. É como olhar um programa binário de computador. Há uma mensagem codificada ali, mas com um código que está mudando continuamente, pois o cérebro é um sistema auto-adaptativo: cada vez que você faz alguma coisa, ele muda. Precisávamos descobrir um modo de extrair a informação motora dessas salvas de eletricidade que são, na realidade, padrões espaço-temporais que variam com o tempo. De início, parecia ruído... em boa medida, porque é mesmo ruído Poisson, como costumamos chamar. Mas percebemos que, com métodos de regressão linear, conseguíamos obter a informação. A partir daí, deixamos o próprio cérebro atuar como nosso computador: ele resolvia o sistema de equações lineares e encontrava um equilíbrio ótimo que aproveitávamos para estabelecer a interface.

O que você acha da política científica brasileira?
Está ultrapassada. Principalmente, a gestão científica. Foi por isso que eu escrevi o Manifesto da Ciência Tropical (mais informações nesta página). O mais importante nós temos: o talento humano. Mas ele é rapidamente sufocado por normas absurdas dentro das universidades. Não podemos mais fazer pesquisa de forma amadora. Devemos ter uma carreira para pesquisadores em tempo integral e oferecer um suporte administrativo profissional aos cientistas. Visitei um dos melhores institutos de física do País, na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), e o pessoal não tem suporte nenhum. Se um americano do Instituto de Física da Universidade Duke visitar os pesquisadores brasileiros, não vai acreditar. Eles tomam conta do auditório, fazem os cheques e compram as coisas, porque não é permitido ter gestores científicos com formação específica para este trabalho. Nós preferimos tirar cientistas que despontaram da academia. Aqui no Brasil há a cultura de que, subindo na carreira científica, o último passo de glória é virar um administrador do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) ou da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). É uma tragédia. Esses caras não tem formação para administrar nada. Nem a casa deles. Não temos quadros de gestores. A gente gasta muito dinheiro e presta muita atenção em besteira e não investe naquilo que é fundamental.

Qual é a diferença nos mecanismos de financiamento e gestão científica nos EUA e no Brasil?
O investimento privado e público americano - sem contar os gastos do Pentágono que, em parte, são sigilosos - é equiparável: cerca de US$ 250 bilhões anuais cada um (o equivalente a R$ 425 bilhões). Eles também enfrentam o problema de que as empresas privadas não costumam investir em pesquisa pura, meio de cultura de onde saem as ideias aplicadas. Contudo, o governo não investe só em universidades. Ele também coloca dinheiro em empresas e em institutos de pesquisa privados. Este é o segredo. No Brasil, a grande maioria dos mecanismos públicos de financiamento está voltado para universidades públicas. Sendo assim, você não contrata cientistas e técnicos para um projeto, pois depende dos quadros da universidade. Mas esses quadros estão dando 300 horas de aula por semestre. Não dá para competir com um chinês que está em Berkeley pesquisando o dia inteiro e recebendo milhões de dólares para contratar quem ele quiser. Como fazer ciência sem gente? Na realidade, os americanos não contam com pessoas mais capazes lá. O que eles têm de diferente é um número muito maior de pesquisadores, processos eficientes, gestão científica profissional - a melhor jamais inventada - e dinheiro. Nos Estados Unidos, sou visto como um pequeno empreendedor. Recebo dinheiro do governo americano e uma parcela menor de investimento privado. Tenho assim uma "padaria" que faz ciência: posso contratar o padeiro, o faxineiro e a atendente de acordo com as necessidades do projeto. Esse empreendedorismo não é permitido pelas leis brasileiras. As mesmas regras que regem o gasto de quaisquer dez mil réis que um cientista ganha do governo federal servem para controlar licitações de centenas de milhões de reais para a construção de estradas, hidrelétricas... Achar que um cientista vai desviar dinheiro para fazer fortuna pessoal é absurdo. O processo de financiamento deve ser mais aberto, com mecanismos simples de auditoria. Além disso, deveria ser mais fácil importar insumos e, com o tempo, precisaríamos atrair empresas para produzi-los aqui. É um absurdo ver anticorpos apodrecerem no aeroporto de Guarulhos por causa da burocracia. Alguém no topo da pirâmide - o presidente da República ou o ministro da Ciência e Tecnologia - precisa dizer: "Chega. Acabou a brincadeira." É um desperdício gigantesco de talento e de dinheiro. A China está recuperando pesquisadores que emigraram para os EUA oferecendo condições de trabalho ainda melhores que as americanas. Milhares de brasileiros voltariam ao Brasil se tivessem melhores condições para trabalhar. Mas o sujeito vem para uma universidade federal e é obrigado a dar 300 horas de aula por semestre. Perdemos o talento. Além disso, ele conquista a estabilidade de forma quase automática. Que motivação vai ter para crescer? Há talentos, mas os processos são medievais. E o cientista brasileiro tem muito receito de bater de frente com as autoridades para reivindicar o que ele realmente precisa.

Quanto o Brasil deveria investir em ciência?
O Brasil precisa investir de 4% a 5% do seu Produto Interno Bruto (PIB) em ciência e tecnologia para encarar a China, a Índia, a Rússia, os Estados Unidos, a Coreia do Sul... esses são os jogadores com quem devemos nos equiparar. É o mesmo porcentual que já investimos em educação. É essencial realizar os dois investimentos: por um lado, para formar gente e iniciar a revolução educacional que o País precisa; por outro, para usar o potencial intelectual dessas pessoas na produção de algo para o País. Atualmente, investimos 1,3% do PIB. No Japão, é quase 4%. Isso explica muita coisa.

Você afirmou diversas vezes que a ciência precisa ser democratizada no País.
Sem dúvida. É uma atividade extremamente elitizada. Não temos a penetração popular adequada nas universidades. Quantos doutores são índios ou negros? A ciência deve ir ao encontro da sociedade brasileira. Essa foi uma das razões que me motivaram a escrever o manifesto. Até bem pouco tempo, a ciência era uma atividade da aristocracia brasileira. Há 30 ou 40 anos só a classe mais alta tinha acesso à universidade. Não precisavam de financiamento porque tinham dinheiro próprio. Hoje, nós precisamos de cientista que joga futebol na praia de Boa Viagem. Precisamos do moleque que está na escola pública. As crianças precisam ter acesso à educação científica, à iniciação científica. O que também implica uma democratização na distribuição de oportunidades e recursos em todo o País. Estamos trabalhando com 21 crianças da periferia de Natal. Elas nem mesmo entraram no ensino médio e já estão sendo incorporadas às linhas de produção de ciência do nosso instituto. Quatro participaram de um projeto piloto em que aprenderam a usar ressonância nuclear magnética de bancada para medir o volume de óleo nas sementes do pinhão-manso do semi-árido nordestino. E classificaram as diferentes sementes de acordo com a quantidade de óleo. Duvido que exista algum técnico na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) melhor do que essas crianças. Não precisamos mais de caciques. Precisamos de índios. Devemos investir na massificação dos talentos. Esses moleques vão decidir o que vai ser a nossa ciência. Se chega um jovem muito talentoso que quer investigar besouro, devemos responder: "Está bom, filho. Vai pesquisar besouro." Eu não investiria em tópicos, em áreas específicas. Eu investiria primordialmente em gente. Porque se você investir em pessoas talentosas, elas encontrarão nichos em que o Brasil terá benefícios tremendos. Nós temos uma das maiores olimpíadas de matemática do mundo, o que comprova que nosso talento matemático é enorme. Mas não dá frutos porque faltam caminhos, oportunidades, veículos... Acreditamos que devemos escolher o melhor menino. Mas e os outros cem mil que quase ganharam? Precisam de incentivo para continuar. Por isso, eu proponho o bolsa-ciência. É um bolsa-família para garoto que tem talento científico. Não precisa ser gênio. Estou fazendo isso com esses 21 meninos. Os quatro garotos do pinhão-manso recebem mais dinheiro do que o pai e a mãe: uma bolsa de R$ 520 paga por doadores privados. Precisamos investir no caos que é o sistema nervoso. Desta forma, encontraremos caminhos imprevistos, surpresas agradáveis.

Como avaliar mérito na academia?
Nós publicamos mais do que a Suíça. Mas o impacto da ciência suíça é muito maior. Basta ver o número de prêmios Nobel lá. E eles têm apenas cinco milhões de habitantes. Na academia brasileira, as recompensas dependem do que eu chamo de "índice gravitacional de publicação": quanto mais pesado o currículo, melhor. Ou seja, o cientista precisa colecionar o maior número de publicações - sem importar tanto seu conteúdo. Não pode ser assim. O mérito tem de ser julgado pelo impacto nacional ou internacional de uma pesquisa. Não podemos dizer: quem publica mais, leva o bolo. Porque aí o sujeito começa a publicar em qualquer revista. Não é difícil. A publicação científica é um negócio como qualquer outro. Mesmo se você considerar as revistas de maior impacto. Também não adianta criar e usar um índice numérico de citações (que mede o número de citações dos artigos de um determinado cientista). Talento não está no número de citações: é imponderável. Meu departamento na Universidade Duke nunca pediu meu índice de citação. Também nunca calculei. Quando sai do Brasil, achei que estava deixando um mundo de lordes da ciência. Fui perguntando nome por nome lá fora. Ninguém conhecia. Ninguém sabia quem era. Críamos uma bolha provinciana que deve ser estourada agora se o Brasil quer dar um salto quântico. Mas as pessoas têm receio de falar com medo de perder o financiamento. Há outras formas de medir o impacto científico: ver o que cara está fazendo e consultar a opinião de pessoas que importam no mundo, dos líderes de cada área. Sob este ponto de vista, o impacto da ciência brasileira é muito baixo. E precisamos dizer isso sem medo. Não dá para esconder o sol com a peneira. Quando decidem criar um Instituto Nacional (de Ciência e Tecnologia), em vez de dividir o dinheiro entre 30 ou 40 pesquisadores promissores, preferem pulverizar o dinheiro entre 120 cientistas, muitos deles com propostas que não vão chegar a lugar nenhum. Cada um recebe um R$ 1 milhão, uma quantia considerável na opinião de muita gente mas que não paga nem a conta de luz de um projeto bem feito. Não podemos ter receio de selecionar os melhores. Você precisa escolher os bons jogadores, não os pernas-de-pau. Outra coisa: só o Brasil ainda admite cientista por concurso público. Cientista tem de ser admitido por mérito, por julgamento de pares, por entrevista, por compromisso, por plano de trabalho.

Como você se vê na Academia?
Sou um pária. Não tenho o menor receio de falar isso. Sou tolerado. Ninguém chega para mim de frente e fala qualquer coisa. Mas, nos bastidores, é inacreditável a sabotagem de que fomos vítimas aqui em Natal nos últimos oito anos. Mas sobrevivemos. O Brasil é uma obsessão para mim. Há muita gente que não faz e não quer que ninguém faça, pois o status quo está bem. Tenho excelentes amigos na academia do País, respeito profundamente a ciência brasileira. Sou cria de um dos fundadores da neurociência no Brasil, o professor César Timo-Iaria, e neto científico de um prêmio Nobel argentino - Bernardo Alberto Houssay. Por isso, foi uma triste surpresa os anticorpos que senti quando eu voltei. Algumas pessoas ficaram ofendidas porque não fiz o beija-mão pedindo permissão para fazer ciência na periferia de Natal. Este ano, na avaliação dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs), tivemos um dos melhores pareceres técnicos da área de biomedicina. E o nosso orçamento foi misteriosamente cortado em 75%. Pedi R$ 7 milhões. Recebemos R$ 1,5 milhão. Operamos com um sexto do nosso orçamento. As pessoas têm medo de abrir a boca, porque você é engolido pelos pares. Então, eu fico imaginando um pesquisador que volta para o Brasil depois de estudar lá fora. De qualquer forma, o pessoal precisa entender que voltar para o Brasil é assumir um tipo especial de compromisso. Não é ir para Harvard, Yale... Você deve estar disposto a dar seu quinhão para o País porque ele ainda está em construção. Nem tudo vai funcionar como a gente quer. Vejo muita gente egoísta voltando para o Brasil. Os jovens precisam olhar menos para o umbigo e mais para a sociedade.

Qual é o futuro dos jovens pesquisadores no País?
Atualmente, eles têm uma dificuldade tremenda de conseguir dinheiro porque não são pesquisadores 1A do CNPq. Você precisa ser um cardeal da academia para conseguir dinheiro e sobressair. Com um físico da UFPE, cheguei à conclusão de que Albert Einstein não seria pesquisador 1A do CNPq, porque ele não preenche todos os pré-requisitos - número de orientandos de mestrado, de doutorado... Se Einstein não poderia estar no topo, há algo errado. Minha esperança é que o futuro ministro ataque isso de frente pois, até agora, ninguém teve coragem de bater de frente com o establishment da ciência brasileira. Ninguém teve coragem de chegar lá e dizer: "Chega! Não é assim! A ciência não está devolvendo ao povo brasileiro o investimento do povo na ciência." Os cientistas brilhantes jovens não têm acesso às benesses que os grandes cardeais - pesquisadores A1 do CNPq - têm, muitos deles sem ter feito muita coisa que valha. Além disso, veja a situação do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT, que assessora o presidente da República nas decisões relacionadas à política científica). O presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC) - agora, um grande matemático - me perdoe, mas ele não deveria ter cadeira cativa nesse conselho. O Brasil deveria ter um conselho de gente que está fazendo ciência mundo afora. E não pessoas que ocupam cargos burocráticos em associações de classe. Deveria ser gente com impacto no mundo. E pessoas jovens com a cabeça aberta. Mas as pessoas têm muita dificuldade de quebrar esses rituais. Para entender a que me refiro, basta participar de reuniões científicas e acompanhar a composição de uma mesa. Não há nada semelhante em lugar nenhum do mundo: perder três minutos anunciando autoridades e nomeando quem está na mesa. É coisa de cartório português da Idade Média. Cientista é um cidadão comum. Ele não tem de fazer toda essa firula para apresentar o que está fazendo. É um desperdício de energia, uma pompa completamente desnecessária. Muitas vezes, os pesquisadores jovens não podem abrir a boca diante dos cientistas mais velhos. Eu ouço isso em todo o Brasil. No meu departamento nos Estados Unidos, sou professor titular há quase doze anos. Minha voz não vale mais que a de qualquer outro que acabou de chegar. Qualquer um pode me interpelar a qualquer momento. Qualquer um pode reclamar de qualquer coisa. Qualquer um pode fazer qualquer pergunta. E ninguém me chama de professor Nicolelis. Meu nome lá é Miguel. Por quê? Porque o cientista é algo comum na sociedade. O meu estado (a Carolina do Norte) possui uma das maiores densidades de PhD na população dos EUA. Se você se comportar como um pavão lá, vai se dar mal. Todo mundo tem pelo menos um PhD. Aqui, precisamos colocar a molecada da periferia de Natal, de Rio Branco e de Macapá na ABC, por mérito. Às vezes, parece que existe uma igreja chamada Ciência no País. Se você não é um membro certificado, ela é impenetrável. Minhas críticas não são pessoais. Quero que o Brasil seja uma potência científica para o bem da humanidade. As pessoas precisam ver que a juventude científica brasileira está de mãos atadas. Precisamos libertar este povo. Já estou no terço final da minha carreira científica. O que me resta é ajudar essa molecada a fazer o melhor.

Você tem uma opinião bastante crítica sobre a política científica no País. Mas, na eleição, manifestou apoio publicamente à Dilma. Por quê?
Porque a outra opção era trágica. Basta olhar para o Estado de São Paulo: para a educação, a saúde e as universidades públicas. Não preciso falar mais nada. Eu adoro a USP, onde me formei. Mas a liderança que temos hoje na USP é terrível. O reitor da USP (João Grandino Rodas) é uma pessoa de pouca visão. Não chega nem perto da tradição das pessoas que passaram por aquele lugar. São Paulo acabou de perder um investimento de 150 milhões de francos suíços (cerca de R$ 270 milhões) porque o reitor da USP não tinha tempo para receber a delegação de mais alto nível já enviada pelo governo suíço ao Brasil. Mandaram o pró-reitor de pesquisa da universidade (Marco Antônio Zago) fazer uma apresentação para eles. Ninguém agradeceu a visita. Manifestei oficialmente ao professor Zago minha indignação como ex-aluno da USP. Um dos integrantes da delegação suíça doou um super-computador de US$ 20 milhões de dólares (cerca de R$ 34 milhões) para nosso instituto em Natal. Chegou na semana passada e será um dos mais velozes do Brasil. Não pagamos um centavo. Não há mais espaço para provincianismo na ciência mundial. Nas reuniões que eu presenciei com comitês e comissões de outros países, a tônica da Fapesp sempre foi assim: "Fora de São Paulo não existe ciência que valha a pena investir". Esse tipo de coisa é muito mal visto pelos estrangeiros. Não há mais lugar para regionalismo, preconceito... É ótimo para São Paulo ser responsável por 70% da produção científica do País, mas é muito ruim para o País, que precisa democratizar o acesso à ciência. Não adianta dizer em reuniões com emissários internacionais que São Paulo tem uma "relação amistosa" com o Brasil, este outro País fora das fronteiras do Estado. Este bairrismo não ajuda em nada. A Fapesp é uma jóia, um ícone nacional, reconhecida no mundo inteiro. Mas isso não quer dizer que as últimas administrações foram boas. Temos de ser críticos. Esta última administração, em especial, foi muito ruim. A Fapesp está perdendo importância. Veja só: a Science (no artigo publicado há algumas semanas sobre a ciência no Brasil) não dedicou uma linha à Fapesp. Que surpresas você vê saindo da ciência de São Paulo? Acho que a matéria da Science foi uma boa chamada para acordar, para sair dos louros, descer do salto alto e ver o que podemos fazer com os R$ 500 milhões anuais da Fapesp. Ah, se eu tivesse um orçamento assim! Temos muito menos e posso dizer para o diretor-científico da Fapesp (Carlos Henrique de Brito Cruz) que nós saímos na Science. E ele tem condição de investir nos melhores centros de pesquisa do País.

Como você avalia o governo Lula?
Apoiei e apoio incondicionalmente o presidente Lula porque vivemos hoje o melhor momento da história do País. A proposta global de inclusão do governo Lula - e espero que será a mesma com a Dilma - é aquela que eu acredito. Contudo, os detalhes devem ser corrigidos. Admiro profundamente o ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende. Tivemos grandes avanços como a criação dos INCTs e dos fundos setoriais. Mas o ministro não enfrentou a estrutura. Talvez não pudesse... por não ter condições práticas ou por fazer parte dela, por ter crescido nela. Em oito anos, nunca fui chamado para dar uma opinião no MCT ou para apresentar os resultados do projeto de Natal. Sei que outros cientistas, melhores do que eu, também não foram chamados. É curioso. Mas fui chamado pelo Ministério da Educação. O ministro (Fernando Haddad) é o melhor já tivemos na história da República. Ele criou a infraestrutura que será lembrada daqui a 50 anos como a reviravolta da educação brasileira. Com o Haddad eu consigo conversar e nossa parceria está dando resultados.

O que você achou da escolha de Aloizio Mercadante para o MCT?
Estou curioso para saber qual é o currículo dele para gestão científica. Fiquei surpreso com a indicação, mas não o conheço. Não tenho a mínima ideia do seu grau de competência. Mas não fica bem para a ciência brasileira - um ministério tão importante - virar prêmio de consolação para quem perdeu a eleição. Não é uma boa mensagem. Mas talvez seja bom que o futuro ministro não seja um cientista de bancada, alguém ligado à comunidade científica. Assim, se ele tiver determinação política, poderá quebrar os vícios. O primeiro ministro da Ciência e Tecnologia (Renato Archer, que permaneceu no cargo de 1985 a 1987) não era cientista e foi talvez um dos melhores gestores que já tivemos. Ele tinha consciência de que seu ministério era estratégico. O MCT estabelece parcerias e tem impacto na ação de outros ministérios: Educação, Saúde, Indústria e Comércio, Relações Exteriores, Agricultura, Meio Ambiente... Hoje, boa parte do orçamento do ministério não é nem executado. As agências de financiamento não têm uma rotina de chamadas. Não podemos continuar como está.

Fonte: Estadão

Nascimento

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